A vidinha de uma gaja

...quando entro em determinado estabelecimento comercial e deparo-me com os funcionários em amena cavaqueira entre eles.

Viva a alegria no trabalho! Concordo. Mas não é disso que estou a falar. É que nessas alturas quase que sinto como se estivesse a entrar na casa de uma família em que estão todos à volta de um cabrão de um lombo assado num dos domingos desta vida. E isso é bonito. Também concordo. Que estejam todos alegres e a trocar piadinhas entre eles sobre a qualidade da carne de porco...ou a falar no percurso que irão fazer para ir buscar a filha ao colégio...ou coisas como: "olha lá e como te correu aquilo ontem?" e vira-se o outro: "ah ah ah ! eu já te conto...". Que é como quem diz: "Deixa lá este caramelo(a) desamparar-me a loja que eu não quero que ele(a) oiça as histórias magníficas que costumamos partilhar por aqui". E aí agradeço. Já me chegam de histórias. Não preciso de ir ouvir mais ali para os lados de uma tabacaria, café, bomba de gasolina ou supermercado.

Mas aquilo que consegue fazer com que eu emita um quase insonoro grunhido chegando por vezes a soltar uma rosnadela ou duas (baixinho também), é quando um dos funcionários diz uma graçola ao outro funcionário e depois olham para nós (clientes) à espera de uma reacção. E eu nunca consegui perceber muito bem o que esperam que eu faça. Se ria ou se os mande masé pá puta cos pariu mais às conversas/piadas privadas que eu até só fui ali comprar tabaco e o que espero é um simples "Boa noite" (poderia dizer um "Bom dia" mas não sou gaja de me levantar cedo") e um "Obrigado". E o "Obrigado" quer-se dito com simpatia e com atenção focada no cliente. Querem conversar? E dizerem piadinhas? Combinem no dia das folgas. Pode ser que coicidam e ainda dê para irem almoçar fora e meterem essas conversinhas todas em dia.

Ou então....nem tão díficil assim: Esperem só que os clientes saiam do estabelecimento.

Vá lá...não vos custa nada e fica-vos tão bem....