A vidinha de uma gaja

Descobri-os aqui. Fui ver mais aqui.

E gostei.

Acho que já arranjei programa para dia 24. (Gajas? Vamos? Vá, deixem-se de bandas covers! M? Perguntaste? Respondi.)

...um blog que se chama: A Vida de uma Gaija

E como se não bastasse ter uma vida maior que a minha, aquele "i" no meio da "Gaja" provoca em mim complexos de inferioridade.

Agora vou ali aos Correios ver se isto me passa e já venho....

Todos os dias sofro. Sempre mais um pouco. A idade vai trazendo agravantes a esse sentimento. Sofro por me sentir discriminada e incompreendida. E por não conseguir fazer nada para o evitar. Sofro com os olhares que me lançam e as agressões verbais. Sofro todos os dias. Sofro.

Mas hoje sofri menos. Conheci alguém como eu, ou melhor, que já conhecia. E se nunca abordámos o assunto foi talvez por ser demasiado penoso e embaraçoso.

Ela chega sempre atrasada ao trabalho.

Eu também.

Ela chega sempre atrasada a todo o lado.

Eu também.

Ela diz que é genético.

A mim dá-me jeito dizer o mesmo.

Já estou fartinha de dizer: "Vá lá, não fiquem assim. Eu posso chegar tarde. Mas eu venho! Não sou como uns e outros que não aparecem só por causa de uma úlcera de estômago, um infarto do miocárdio ou uma bronquiolite. Fraquinhos é o que é. Então? Vendo por esse prisma não é tão bom poderem sempre contar comigo? Mais tarde. Mas podem. Hum?"

No final da nossa conversa, entre mim e a minha colega de trabalho, despedimo-nos com um até amanhã acompanhado de: " Aqui no mesmo sítio à hora do costume? Sim, claro! Depois das 8h!"

De notar que somos as duas únicas num universo de vinte e tal pessoas, que moram mais perto do local de trabalho e que nem utilizam transportes públicos para lá chegar...

Madrugada

Majesty

Já ouviste Deolinda?

Não!

Ai que Deolinda é tão giro, tens de ouvir!

Ok, mas ainda não me deu para isso.

Mas que projecto fantástico, ainda não ouviste?

Não!

Porquê?

Porque não me apetece!

Porquê?

Porque todos ouvem.

Mas a sério, eles são mesmo bons, por isso todos ouvem!

Por isso mesmo.

Como assim?

Estou desconfiada.

De quê?

De que não vou gostar.

Porquê?

Porque todos ouvem.

E então? Já ouviste?

Sim.

Com atenção?

Hum...hum.

E....?

Epá, projecto inovador foi o dos Ena pá 2000 há 20 anos atrás! E que se fosse apresentado hoje, continuaria a sê-lo.

Agora isto?

Não me maces pá!

Nunca consegui entender muito bem esta coisa das marcas. De roupa ou de calçado fazem as maravilhas de tantas e tantas pessoas. Mulheres principalmente. E ainda mais me surpreende quando as apanho a terem discussões, ao nível do ensino primário, acerca de semelhante assunto. "Ora está mas é calada minha grande pindérica que eu cá tenho uma Louis Vuitton enquanto tu andas com malas da feira"..."Eu? Tomara tu uns Manolo como os meus, minha grande cabra"! (sim, chega a um ponto nas discussões entre as mulheres que passam rapidamente de pindéricas a cabras, vacas ou afins...)

A não ser a nível estético até que ponto o facto de usarmos marcas fará de nós, seres diferentes dos outros? Fará de nós pessoas mais cultas e inteligentes? Eleva-nos a posição social?

Completamente. Aparentemente.

Chamem-me o que quiserem, de pindérica para baixo, de pindérica para cima. I don´t give a shit. Apenas me recuso a catalogar pessoas pelo que têm, vestem ou calçam.

Porque os que são bons, mas mesmo bons, podem usar roupa dos chineses ou da feira. Eu reconheço-os.

Agora o lixo? Esse também...E tanto vai bem num saco do Continente como noutro qualquer...