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...surge-me uma senhora borbulha no pescoço. Coisinha pouca, com direito a umas dorzinhas consideráveis e comentários a atirar para o : Eláaaaa o que andaste a fazer ein? O que é que tens aí, um ovo? e coisas do género...

Durante a semana que durou este processo, aprendi, que de treinadores de futebol e médicos, todos temos um pouco. Cada um com a sua opinião clara e acertiva do que seria tamanha borbulha. Mas claro, apesar de tantos conhecimentos medicinais a pergunta inevitável não se fazia esperar: " Gaja? Quando é que vais ao médico?"

Ora o que acontece é que eu sou tão boa a fugir aos médicos como certos gajos a fugir aos impostos. E a consulta da borbulha lá ia sendo adiada...

Há coisa de uns 3 dias, a menina lá decide verter um líquido, que nem vou entrar em detalhes que com isto são horas de almoço....

Pensei eu, que o problema estava resolvido. Ai e tal que isto agora deita o que tem de deitar e cada uma segue a sua vida. Eu a minha e a borbulha, a dela. Mas não. O carinho que esta borbulha nutria por mim fazia-me trocar pensos a toda a hora. Com ternura e afeição claro, que isto não é gaja de virar a cara a borbulhas carinhosas.

Só que ontem....bem...ontem...dei por mim a olhar para ela....e ela olhou para mim. Estava um pouco vermelha e com má cara. Parecia-me indisposta.

Ao sair do trabalho decidi rumar a um daqueles centros com nome de planta espinhosa. Sim, desses, que costumam ter cenários idênticos aos filmes do David Lynch.

Fui atendida umas 3 horas depois de ter lá chegado, o que é sempre fofinho porque nos permite pensar na vida. Na nossa, na dos outros, em Deus, no Diabo, no Sócrates, no conflito entre Israel e a Palestina, na declaração do IRS, na lista de compras do supermercado, no carro que precisa de ser aspirado...até que ouvimos: nº 47?? E lá vamos nós...

Dei por mim, uns 5 minutos depois, deitada numa maca. Por companhia, uma enfermeira robusta com sotaque de Viseu e uma médica.

E se aquilo não foi espremer uma borbulha....meus senhores! Com direito a uma médica a apertar-me as mãos, talvez por desconfiar que eu tinha ar de quem estava prestes a fazer uma carícia na face da enfermeira. Ou isso, ou um par de estalos, ainda estava indecisa. 

Nome técnico: Furúnculo. Com um quistozinho sebáceo por baixo para a coisa ficar mais composta.

E toma lá este papel e ficas 5 dias em casa, porque não tens condições para trabalhar.

 

E quem somos nós para discordar dos médicos? E quem sou eu para ter andado este tempo todo a fugir deles?.....

 

 

Bem....e agora se me permitem, vou só ali a um centro de saúde fazer um penso e já venho....

 

 

 

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