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...como o de hoje, ou até os anteriores em que só me apetece é partir coisas, rasgar papéis, gritar, enfurecer-me até os olhos deitarem lágrimas, praguejar, mandar certas pessoas à fava, ao feijão, à merda. Existem dias em que me apetece explicar a uns quantos que a vida não se resume a dinheiro, poder, ambição quando para isso se vão perdendo coisas no caminho.
Existem dias como o de hoje em que chego à conclusão que os pratos ficam melhor inteiros, os papéis com todas a letras, as lágrimas guardadas para uma próxima e os gritos para quando eu entalar os meus próprios dedos.
Porque hoje, no meu mundinho, rodeada por uns 30 idosos e um "Oh D. Susana isto..." e outro " Oh Susaninha aquilo..." e uma "abra-me aqui este frasquinho que eu nunca consigo..." e outra " a Susaninha amanhã está cá?..." e "dê cá um beijinho..." e ainda outra " ai agora o que eu faço sem os meus comprimidos para dormir?"....."Carneirinhos, minha querida, é o que tem a fazer, muuitos carneirinhos!"...."Carneirões!!..." responde-me ela entre risos dos restantes, aqui neste mundinho, que é meu e de todos eles, sinto que não lhes posso falhar. E a minha fúria desaparece quase como por magia nestes momentos. Momentos esses em que me esqueço por completo daquilo que não tem importância alguma, daquilo que me mói e que não deveria ser assim.
Porque em dias como este apercebo-me como cada sorriso que lhes dou, cada palavra, piada, carinho, enche-lhes um bocadinho o coração. Quanto a mim, já me apercebi que ao fim de cada mês, trago um ordenado bastante superior ao do primeiro-ministro :) (pronto, um bocadinho menos vá...que eu ainda faço descontos)