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Uma semana verdadeiramente esgotante, a nível físico e psicológico.
Esta manhã. Eu, um livro.
Havia algo, de há um ano e tal a esta parte, que me impedia acabar um livro. Tenho ali uns dois ou três a meio. Preguiça, falta de interesse, falta de tempo, iam fazendo parte das desculpas para os deixar de parte. Mas existia algo para além disso que eu ainda não tinha entendido.
Este, que acabei hoje, foi-me oferecido por duas vezes. Uma delas por alguém que fez questão que eu o lesse. Na confusão da despedida, esse livro voltou com essa pessoa e por circunstâncias da vida não voltei a reavê-lo. Da segunda vez, foi o presente de aniversário que dei a mim mesma. Talvez exista algo no nosso subconsciente que nos leva a tomar determinadas decisões e ao entrar naquela livraria, naquele dia e ao deparar-me com ele, senti que não podia adiar mais.
Tenho vindo a lê-lo aos poucos. Conforme o tempo possibilita. Chegou a um ponto que esteve a um passo muito pequeno de se transformar como os outros. Apesar disso, senti que desta vez era diferente e o entusiasmo rapidamente voltou.
Esta manhã. Eu, um livro.
Não vou dizer que li o seu final de uma assentada. Intervalei as cento e tal páginas que faltavam com bolo de chocolate, café e cigarros. E miminhos nos gatos e espreguiçadelas ocasionais.
E no final desta manhã, quase hora de almoço, sorri. Por ter recuperado aquilo que já tinha esquecido. Da sensação que provoca um livro acabado de ler.
E só então entendi, que todos os outros tinham ficado a meio por este ter ficado lá atrás...perdido na vontade de o ler.
O livro em questão é: A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón.
E iniciei-o com grandes desconfianças, por existirem tantas pessoas a falarem nele. Tinha medo que tivesse semelhanças com fenómenos tipo Paulo Coelho que "abomino". Nas primeiras cinquenta páginas continuava apreensiva pois parecia-me um pouco novelo/violino. Mas cheguei ao seu final com uma ideia completamente diferente pois é de facto uma história fantástica. Vale acima de tudo pela história. E também por esta frase acerca da leitura, que ficou cá guardada: "...é um ritual íntimo, que um livro é um espelho e que só podemos encontrar nele o que já temos dentro..."
Estaria a ser injusta se não falasse de um livro que foi lido até ao fim, antes deste: Seda de Alessandro Baricco. Muito bom também
Mas é tão pequenino que não chegou a contar para as "estatísticas" :)