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....desce em mim um sentimento de povo. E só me apetece comer sardinhas assadas. Eu, que delas o que gosto mais, são das batatas cozidas e da salada de pimentos. Ou então beber vinho tinto. Que nunca o consigo beber sozinho, estragando-o, segundo dizem os puritanos, com uma qualquer 7up estupidamente fresca.
Mas não deixa de me apetecer. É um facto.
Sempre que ouço fado apetece-me ir passear ao Bairro Alto ou Alfama ou...sei lá. Lisboa tem uma mística que me fascina e apesar de viver a poucos km conheço-a muito mal para o meu gosto. Fado é Lisboa e Lisboa é fado e sempre que o ouço apetece-me ficar triste e colocar um xaile nos ombros enquanto olho para o Tejo.
O fado aproxima-nos, enquanto portugueses.
Apesar de não ser apreciadora, tem sido de louvar as versões que algumas bandas têm feito de temas antigos levando-as a um público jovem, ao qual este género musical passou-lhes ao lado durante tanto tempo.
O fado não é a Amália nem a Amália é o fado. A Amália cantou-o. Muito bem, demasiado bem pois não deu sequer espaço a comparações. Mas não é o fado nem o fado é ela.
O fado somos nós, todos nós portugueses que gostamos de o ouvir enquanto comemos aquele pão caseiro ensopado em molho de sardinhas.
E enquanto todos nós não tomarmos consciência disso, este país nunca passará de um conjunto de habitantes a idolatrar e a venerar figuras do passado como se elas medissem mais 5 metros que o comum dos mortais.