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27
Set12

A amiga

por Gaja

 

Conheço-a há mais de 20 anos. Acho que foi na turma do 8º, já me me lembro bem. 20 anos. Faz parte de um grupo muito pequenino a quem chamo amigos, daqueles mesmo a valer e que me têm acompanhado todo este tempo.

Com ela apanhei algumas bebedeiras na adolescência. Dizem que é bom para início de amizade e é capaz de ser verdade. Passámos a fase da escola para outras fases, a da faculdade, a do trabalho, a das relações falhadas, das chatices, das alegrias. 20 anos.

 

Sempre a vi como uma das pessoas mais simpáticas que conheço. Daquelas que vai na rua e até chateia porque de 5 em 5 metros encontra alguém que conhece e pára para cumprimentar. Sempre com um sorriso. Enorme.

Por vezes é muito chata, muito! Vê teorias da conspiração em tudo e tem tendência a complicar. Tem a mania das limpezas e um dos seus melhores amigos é o espanador.

 

 É pequenina e muito bonita. Compensa a falta de altura com a alegria que espalha à sua volta e isso parecendo que não, ocupa espaço.
Sempre me impressionou, que mesmo nas fases menos boas da vida dela (em que qualquer um cortaria os pulsos), sorriu. E se chorou, poucos deram por isso.

 

Fico pasmada como o tempo passou. 20 anos.

 

Hoje é o seu aniversário. Hoje ela divulga ao mundo que tem um bebé na sua barriga. Hoje (e desde o dia em que soube na notícia) estou tão mas tão feliz por ela que provavelmente nem sonha.

 

Hoje, quero que ela saiba que gosto muito dela e que estarei aqui por mais 20 anos para o que for preciso*

Parabéns P. !!!!!

 

 

 

* Menos para trocar fraldas que já me chega o meu, não te estiques!

 

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25
Set12

Da educação

por Gaja

Eu não sei se é da Troika, dos cortes disto e dos cortes daquilo, do regresso das férias, do aumento dos preços. Não sei.
Noto nas pessoas uma má disposição, uma azia e cara feia.

Que fiquem zangados quando ouvem o Passos Coelho, entendo. Que fiquem danados quando vão ao supermercado e o leite aumentou, entendo. Que façam cara feia ao Vitor Gaspar, entendo ainda mais.

 

Agora aquilo que não entendo é trombas gereralizadas para todos nós. Ainda ontem ao levar o petiz ao colégio, uma outra mãe respondendo-me aos bons dias que lhe dei, nem virou a cara para olhar para a minha.

E é isto. Más disposições por todo o lado e narizes empinados, nem olham direito nos olhos das outras pessoas. Acham que os outros aos prestarem-lhes um serviço, não fazem mais que a sua obrigação.

 

Ainda voltando ao colégio, de todas mas TODAS as vezes quando vou buscar o meu filho (e o pai faz a mesma coisa), despeço-me dizendo "Até amanhã e obrigada". E já notei que este "obrigada" é qualquer coisa de novo por aquelas bandas. Que os pais vão buscar os filhos, muitos com um ar do mais emproado que existe (como se o colégio fosse algo particular ali para as bandas da Quinta da Marinha...) e despedem-se às 3 pancadas daquela educadora ou auxiliar.

 

Já eu penso de outra forma. Que todas aquelas mulheres também têm vidas, muitas delas provavelmente ainda mais chatas do que a vida do emproado que ali aparece. Que são mulheres que durante o dia tomam conta do meu filho, que tratam dele e que o ensinam. Que tiram tempo aos seus próprios filhos para cuidar do meu. Que são mulheres às quais o meu filho sorri e manda beijinhos quando vem embora.

 

Se é preciso dizer "obrigada"?

É um dever.

 

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18
Set12

Anda desanimado? A vida corre-lhe mal? Está com vontade de cortar os pulsos?

 

Então veja este filme:

 

 

É de rir do princípio ao fim! Juro! Palavra de honra que fico orgulhosa quando vejo portugueses a fazer coisinhas tão boas :)

De salientar a participação do Octávio Matos. Incrivelmente, para mim, foi a estrela do filme! Talvez porque não o imaginasse naquele papel!

 

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17
Set12

Pescada envolvida em molho bechamel, com pequenos apontamentos de salsa australiana, em cama de massa crocante, confitada com pão ralado e banhada em óleo vegetal.

 

Rissóis, portanto.

 

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Eu tenho uma empresa de confeção de bolos decorados e nela tenho uma funcionária contratada (A Maria. Sempre tive o sonho de ter uma empregada Maria). A Maria passa a descontar mais para a Segurança Social. E eu (Susana patroa) passo a descontar menos.
O nosso ministro das Finanças assegura que irão ser criados mecanismos para garantir que o dinheiro que eu deixarei de pagar, seja colocado de parte para a criação de novos postos de trabalho. Vamos supôr que esse mecanismo é uma caixa de sapatos de cartão onde todos os meses eu vou colocando as moedinhas desta generosa oferta do governo.

 

Ora na minha cidade, onde até agora tantos e tantos clientes requisitavam os meus serviços (e os da Maria, pois claro), onde tanta bolo era vendido, ora, dizia eu, esses clientes todos como a pobre da Maria, começam também eles a pagar mais para a Segurança Social.

 

Enquanto isso os meses vão passando e eu (Susana patroa) vou enchendo o mecanismo (a caixa de sapatos) com o dinheiro que deixei de pagar.

Enquanto isso os clientes vão desaparecendo. Dizem que não podem, que com os cortes vai sendo muito difícil. Que fazem um bolo com pintarolas lá por casa mesmo.

Enquanto isso, deixo de ter maneira de pagar à Maria e tenho de a despedir. Digo-lhe para ir à EDP à procura de trabalho. Ouvi dizer que também por lá existe um mecanismo.

Enquanto isso agarro no dinheiro do mecanismo, o tal que iria servir para contratar a Joaquina (o meu segundo sonho em termos de nomes de empregadas) e vou comprar leite e fraldas para o meu filho.

 

Se tiverem dúvidas acerca desta explicação é favor contactar o Ministro Vitor Gaspar. Eu não consigo explicar melhor.

 

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