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Sou ateia. E não, não me tornei ateia depois de ler o Código Da Vinci, ao contrário do que aconteceu com alguns, que se não se tornaram ateus, andaram muito perto disso, ou pelo menos abalou um pouco as suas crenças.
E tive pena, que um livro, apesar de conter alguns factos verídicos, mas também carregadinho de tretas de ficção, tenha desempenhado esse papel.
Até aos meus 14/15 anos, não me recordo bem, eu acreditava em Deus, mais que não fosse porque "parecia bem". Acho que só fui a uma aula de catequese, não tinha paciência para aquilo. Mais tarde nas aulas de Religião e Moral, tinha a mania de questionar a professora. A minha família nunca foi muito dada a eventos católicos. Portanto, andei sempre um pouco afastada da religião.
Um dia, comecei a ler um livro acerca do começo da vida na terra. Nem numa só linha encontrei alguma referência ao Adão e à Eva.
E achei aquela explicação tão mais lógica do que todas as que já tinha ouvido.
E ateia fiquei.
Mas apesar disso, não consigo deixar de sentir um certo fascínio por todo aquele ambiente que se cria à volta de algum evento religioso.
Por algumas vezes já fui a Fátima, por "obrigações familiares", para fazer companhia.
Sempre que lá vou, sinto-me como se eu estivesse dentro de uma casa com uma janela aberta por onde assisto a tudo o que se passa lá fora.
E venho sempre de lá com a ideia que, quem sabe, algum dia, por alguma circunstância da vida, não estarei eu do lado de fora da janela...