Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]


13
Out07

Eu confesso.

por Gaja

 

Sou ateia. E não, não me tornei ateia depois de ler o Código Da Vinci, ao contrário do que aconteceu com alguns, que se não se tornaram ateus, andaram muito perto disso, ou pelo menos abalou um pouco as suas crenças.

E tive pena, que um livro, apesar de conter alguns factos verídicos, mas também carregadinho de tretas de ficção, tenha desempenhado esse papel.

Até aos meus 14/15 anos, não me recordo bem, eu acreditava em Deus, mais que não fosse porque "parecia bem". Acho que só fui a uma aula de catequese, não tinha paciência para aquilo. Mais tarde nas aulas de Religião e Moral, tinha a mania de questionar a professora. A minha família nunca foi muito dada a eventos católicos. Portanto, andei sempre um pouco afastada da religião.

Um dia, comecei a ler um livro acerca do começo da vida na terra. Nem numa só linha encontrei alguma referência ao Adão e à Eva.

E achei aquela explicação tão mais lógica do que todas as que já tinha ouvido.

E ateia fiquei.

 

Mas apesar disso, não consigo deixar de sentir um certo fascínio por todo aquele ambiente que se cria à volta de algum evento religioso.

Por algumas vezes já fui a Fátima, por "obrigações familiares", para fazer companhia.

Sempre que lá vou, sinto-me como se eu estivesse dentro de uma casa com uma janela aberta por onde assisto a tudo o que se passa lá fora.

E venho sempre de lá com a ideia que, quem sabe, algum dia, por alguma circunstância da vida, não estarei eu do lado de fora da janela...

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)


12 comentários

Imagem de perfil

De Palavreadora a 13.10.2007 às 11:30

Eu não sou ateia. Sou católica. E, como Ser "do lado de fora da janela", aproveito para dizer que isto aqui é bem bonito. Sei a quem devo as coisas boas da minha vida e sei que as más acontecem por alguma razão, mas que não me cabe a mim, pelo menos para já, entendê-las, ou querer entendê-las. Espero sinceramente que a Gaja descubra um dia, não a janela, mas a porta cá para fora, para a liberdade de se acreditar que Alguém maior nos ama e faz de tudo por nós.

Post fantástico, como sempre!

Beijinho*
Sem imagem de perfil

De Nina a 13.10.2007 às 17:38

Pelo que acabo de ler, não és mais ateia que eu!
Respeito as crenças de cada um e aceito as religiões que existem, mas...

Não me lembro, em momento nenhum da minha vida, de ter pensado em "Deus"... é uma ideia que para mim simplesmente não existe.
Fui baptizada porque a minha mãe fez questão disso, ainda eu não tinha voto na matéria. Mas tirando meia dúzia de casamentos a que fui na vida, nunca me dirigi a uma igreja, a um altar ou a qualquer lugar de caracter religioso.
Não conheço Fátima e nunca tive curiosidade em conhecer.
Nunca aconteceu nada na minha vida que me pudesse levar a pensar na existência de uma "força maior"... a não ser mesmo a minha própria força e espírito de luta.

Nem o Pai Nosso eu sei dizer!

Enfim... ateia por natureza.

Beijinhos
Sem imagem de perfil

De Crisálida a 13.10.2007 às 17:42

Me leio nas tuas palavras! Também senti precisamente o mesmo que vc, inclusive no que diz respeito à catequese e as perguntas que nunca tinham respostas à menor lógica. Lembro que uma vez perguntei pra professora de cataquese: "Se só existia Adão, Eva, Caim e Abel, então como Caim povoou uma cidade? Ele também casou com a mãe dele? Isso não é pecado?". Esse é só *um* dos milhares de furos e sofismas que há em toda a Bíblia, mais especialmente no Velho Testamento. Apesar da escória da Humanidade ter modificado ao bel prazer tudo que alí está, por motivos dos mais mesquinhos e vis, a moral de Jesus, a sua mensagem de Amor ficou intacta. Parecia que Ele já sabia o que fariam com a passagem Dele por aqui, porque deixou claro que tudo se resumia numa única frase: "Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".
Quem me mostrou o equilíbrio entre o Cristo e a minha *necessidade* de lógica, foi o Espiritismo. Foi a Filosofia onde me encontrei... Onde consegui dar equilíbrio à minha fé, fazer dela algo emocional e lógico ao mesmo tempo. Então eu compreendi que devo ser fiel ao Amor, independente do nome que à ele esteja vinculado. Jesus, Krishna, Buda, Sai Baba, não importa, importa apenas que todos eles indicaram o Amor como a melhor e mais eficaz filosofia à ser seguida e praticada, para que encontremos aquela felicidade interior. Jesus chamou de "Reino de Deus", Buda chamou de "Nirvana"... Se a gente ama, se temos a capacidade de amar, encontramos Deus, e não temos mais dúvidas de Sua existência e Soberania sobre todas as coisas. Só um Ser abslutamente Perfeito poderia ter inventado o Amor... Esse sentimento que nos agiganta e nos impulsiona ao progresso íntimo, que nos faz encontrar o paraíso, é a Assinatura de Deus na Criação, e a maior prova de Sua existência...
Imagem de perfil

De A VER NAVIOS a 14.10.2007 às 20:28

O seu percurso religioso é quase igual ao meu.
No meu caso fui um bocadinho mais à frente nas aprendizagens da catequese. Não me arrependo.
Em determinado ponto desliguei totalmente e pronto.
Relativamente a Fátima tenho ainda o facto de ter nascido lá perto (30 kms.).
Lembro-me sempre que em miudo, um velhote conhecido me dizia: A senhora de Fátima era para ter aparecido lá na minha terra, mas depois Fátima teve mais dinheiro.
É assim...
Cumprimentos,

J. Lopes
Imagem de perfil

De fraufromatlantida a 14.10.2007 às 22:21

Sou bióloga e, ainda assim, católica apostólica romana. Não vejo porque ciência e religião são incompatíveis. Temos que ler a Bíblia à luz dos dias de hoje, dando a interpretação correcta. Claro que Adão n foi o primeiro humano nem Eva saiu da sua costela... Muitos grandes nomes da ciência eram católicos. Mendel, o pai da genética, era padre...
Sem imagem de perfil

De João a 15.10.2007 às 09:22

Também eu fui criado numa família Católica Apostólica Romana, andei na Catequese e até fui acólito!! Mas havia sempre qualquer coisa que não estava bem... Quando tinha uns 15 ou 16 anos descobri : Era a Igreja que estava mal!!!

Lembro-me de alguns ensinamentos/mandamentos e tento viver por eles ( tipo não matarás, não roubarás, não mentirás... ) Mas esses ensinamentos não existem só na religião Católica... Então o que há em comum em TODAS as religiões?? O HOMEM!!!! Não sou um Humanista ferranho, mas tento respeitar tudo e toda a gente.

Acredito que haja algo superior a mim, mas que esse "algo" comande a minha vida, isso já não... Mas se calhar "algo" faz-me pensar assim e escrever este comentário...

É melhor parar que já tenho a cabeça a andar a roda ( fraquinho... segunda-feira... )

Beijinhos!!
Sem imagem de perfil

De xana a 15.10.2007 às 10:25

Oi tudo bem. Isto é daquelas assuntos que a cada um diz respeito.Mas é só para te disser recordas-te daquele passeio que fomos com avô a Fatima e depois o que se passou no restaurante.
Imagem de perfil

De joao moreira de sá a 15.10.2007 às 10:30

Não sei se sou crente ou ateu.

Tenho como unicas certezas que Católico não sou, a sua Igreja encarrega-se eficazmente de nos afastar do seu deus (que a haver, sendo humildade dispensa as formais, humanas, maiusculas) e que para confirmar ou não da existência de um deus, contento-me com esperar para ver (e dadas as circunstancias em que o poderei fazer, não tenho pressa nenhuma).

Numa outra religião, que por ser pacifica deixará de exisitir em breve (no Tibete) um ditado diz "Se tem remédio, para quê preocupar-me. Se não tem remédio, para quê preocupar-me". Se não posso em definitivo confirmar nem negar deus, porque não direccionar o meu tempo para algo melhor do que questioná-lo.

Melhor? Melhor quando em Fátima, como em outros locais de diversas sagraturas, sinto "algo" que não sei explicar mas me transmite... paz, paz interior. E um sentimento de transcendência que não explico, porque não penso, sinto apenas. E é bom.

Não sei se sou crente ou ateu. Mas sinto-me bem em Fátima. Finto paz. E isso permite-me ser transmiti-la aos outros, nem que seja nesse dia. Seria diferente se soubesse ser crente ou ateu? Não creio.
Sem imagem de perfil

De Zaka a 15.10.2007 às 10:47

Eu cresci sempre afastada desses eventos religiosos. Para além do baptismo e do casamento (e este porque foi a pedido do gajo), poucas foram as vezes em que entrei numa igreja sem ser para a ver enquanto edifício.
Em relação a Fátima em particular, não consigo acreditar nas aparições, nos milagres e principalmente em todo o circo que se fez em volta disso. Em todas as santinhas que brilham no escuro, que são frascos de champô. Nas velas em formas de bocados do corpo e todo esse aspecto de lojas dos 300 que aqueles comerciantes deram aos seus negócios.

Sou por isso uma descrente que não sabe se há-de crer. Acho que certamente se for para um dia eu ver a luz, não terei que estar enfiada num edifício rodeada de milhares de pessoas, ou a comprar um espelho que em determinada altura mostra a imagem da dita Virgem!
Imagem de perfil

De RUIM a 16.10.2007 às 11:43

eu sou como o tal ceguinho que dizia "só vendo"

Comentar post


Pág. 1/2



Mais sobre mim

foto do autor