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17
Jun08

...no trabalho:

 

" Susana? Tenho de ir para o hospital com a L. Não está nada bem..."

" Ok, vai lá....eu seguro as pontas por aqui....deixa a I. lá em cima que eu fico aqui em baixo..."

 

O Lar é enorme...nem sempre nos apercebemos de tudo o que se está a passar...

Passado uma meia-hora aparece-me um senhora e pergunta:

 

"Olhe, desculpe, eu sou da agência funerária, o responsável está cá?"

 

Faleceu, sem dar tempo para a última visita ao hospital...

 

E nós? Vamos falecer sem dar tempo a outras coisas?

 

Enjoy your life! Today! Now!

 

(Tentem ler a última frase como se estivessem a ouvir aqueles gajos dos traillers dos filmes.....sabem? Voz rouca e arrastada. Sim, aqueles que parece que não visitam uma casa de banho há uns 15 dias....)

 

 

 

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06
Jun08

...sem ritmo coordenado mas ao mesmo tempo no compasso certo.

Tudo ao mesmo tempo, sem tempo para nada mas ao mesmo tempo com tempo para tudo. Para o que tem de ser. Agora.

 

E a música. Essa que me tem acompanhado nestas últimas semanas. E a música. Essa que eu tinha deixado lá para trás. Essa que agarro agora com ganas de ouvir e sentir. Que de repente me fez lembrar quem eu era. E que aos poucos me trouxe de volta.

Caraças pá!

Tinha saudades de mim!

 

 

 

 

 

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Aquilo que verdadeiramente me faz falta, não é um homem, mas sim um cão.

 

 

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01
Abr08

Por vezes...

por Gaja

...depois de um ponto final, poderá ainda surgir uma frase.

Uma frase que confunda, que esclareça, que nos faça recuar, avançar. Uma frase que traga cheiros e sons, gargalhadas e lágrimas. Uma frase que nos toque na pele acostumada pelo tempo. Tempo esse que insiste em ir dançando pelas boas memórias e secretamente apagando as más.

Poderá ainda surgir uma frase com palavras escritas a lápis num velho caderno e lida vezes sem conta por olhos cansados de alguém que tenta decifrar o mistério daquelas letras.

Inutilmente.

Melhor assim.

 

 

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"...Mais ainda, deixe-me dizer-lhe uma coisa que não confiei ainda a ninguém. A minha avó tinha uma teoria muito interessante, dizia que embora todos nasçamos com uma caixa de fósforos no nosso interior, não os podemos acender sozinhos, precisamos, como na experiência, de oxigénio e da ajuda de uma vela. Só que neste caso o oxigénio tem de vir, por exemplo, do hálito da pessoa amada;  a vela pode ser qualquer tipo de alimento, música, carícia, palavra ou som que faça disparar o detonador e assim acender um dos fósforos. Por momentos sentir-nos-emos deslumbrados por uma intensa emoção. Dar-se-á no nosso interior um agradável calor que irá desaparecendo pouco a pouco conforme passa o tempo, até vir uma nova explosão que o reavive. Cada pessoa tem de descobrir quais são os seus detonadores para poder viver, pois a combustão que se dá quando um deles se acende é que alimenta a alma de energia..."

De Laura Esquivel em "Como Água para Chocolate"

 

 

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Hoje, numa padaria:

O senhor que estava à minha frente pede 4 pães à "atendedora padeira".

E ela pergunta:

- Quer carcaças ou bolas?

- Tanto faz....mas isso não é tudo igual? A farinha não é a mesma?

E ela responde:

- Olhe, isso é que eu já não sei dizer....

 

Fico tão mais descansada por saber que quem está atrás de um balcão sabe o que está a vender...mas é que fico mesmo.

E pronto, foi isto.

 

 

 

 

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